Eu não.
Um dos trending topics recentes foi o lançamento do Apple Vision Pro.
O lançamento do óculos de realidade virtual da Apple foi gatilho, mais uma vez, para levantar discussões acaloradas sobre o declínio da sociedade por conta do avanço tecnológico.
Estou mais no grupo dos entusiastas da inovação do que entre os apocalípticos.
Torço para que dê certo o próximo passo da evolução humana: desbravar o espaço, para que mais “inteligências” continuem assumindo atividades hoje executadas por humanos… e entendo que é natural o novo ou diferente causar estranhamento, receio e desconforto.
Mas a evolução é um processo natural, e eu não queria ainda estar morando nas cavernas.
O “xis da questão” é que as discussões em torno dos avanços tecnológicos ainda podem ser limitadas à “manutenção do status anterior” do que sobre “como lidar melhor com o que está posto ou que está por vir”.
A relação dos homens da caverna com o trabalho era uma.
A nossa relação com o trabalho mudou e vai continuar mudando, muito.
Estamos nos tornando obsoletos em diversas funções e acredito que isso não seja ruim.
Sabe por quê?
Primeiro, acredito que cada vez mais pessoas vão poder começar a trabalhar não apenas por necessidade, mas também por realização pessoal, como sugerido na pirâmide de Maslow.
Segundo, em um mundo em que nos tornamos “obsoletos”, repleto de prazeres fugazes e estímulos como Apple Vision Pro… vamos exercer o livre arbítrio.
O que isso quer dizer?
Escolher entre dois caminhos:
- nos perdermos nos prazeres fugazes,
- ou buscar evoluir internamente como ser humano: TRANSCENDER.
Para mim, a evolução tecnológica é o convite à transcendência do ser humano.
É deixar de se preocupar com as coisas “da carne” para se preocupar com as coisas “do espírito”. Para ser mais poética.
A diferença é que o avanço tecnológico massifica esse convite para o ser humano olhar para a sua própria condição humana e fazer o seu trabalho interno.
Ou seja: ao invés de um pequeno grupo de pessoas poder fazer essa escolha, ao nos tornar “obsoletos” o desenvolvimento tecnológico torna possível que cada vez mais a massa também possa exercitar o seu livre arbítrio.
Escolher viver como um zumbi afogado nos prazeres e facilidades proporcionados pela evolução… ou lapidar o espírito. Transcender.
E quando falamos de transcender também refletimos sobre a visão de Kurzweil acerca de um novo conceito de humano que pode surgir com o desenvolvimento exponencial da inteligência artificial.
Quanto mais desenvolvimento e ascensão na pirâmide de Maslow, mais o ser humano vai ser “convidado” a escolher entre se distrair ou olhar para dentro.
Até que a singularidade chegue, por ora, a pergunta mais importante é:
Qual caminho você já tem escolhido ou vai escolher?